segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sugestão de atividade: 6° ano A Grécia Antiga

uestões: fonte www.coladaweb.com 01. Esparta apresentou um desenvolvimento histórico distinto da maioria das cidades-gregas, pois: a) Formou-se a partir de um governo conservador e assumiu um sistema político democrático, com a participação de todos os cidadãos. b) Organizou-se na forma de governo oligárquico, cujo objetivo principal era preservar os interesses da aristocracia. c) Transitou de um governo monárquico para o regime de tirania, o que proporcionou uma política de equilíbrio entre as camadas sociais. d) Assumiu a forma republicana de governo, sem possibilidade de ascensão dos grupos sociais. e) Caracterizou-se por um governo autocrático, no qual o grupo dirigente reunia poderes temporais e espirituais. 02. Comparando-se a educação ateniense com a espartana, conclui-se que: a) Os atenienses valorizavam a formação intelectual e física do homem, enquanto os espartanos, o militarismo. b) As relações democráticas em Atenas possibilitavam que muitas mulheres se destacassem na sociedade. c) Em Atenas desenvolveu-se o laconismo e em Esparta a xenofobia. d) Os espartanos valorizavam o militarismo e o desenvolvimento da cidadania. e) O desenvolvimento intelectual ateniense permitiu a instituição da democracia e o fim da escravidão. 03. Da coesão temporária entre aristocratas e populares, provocada pela luta contra um inimigo comum, aproveitou-se Clístenes para fazer a reforma que implantou a democracia em Atenas. A democracia surgiu: a) Com o fim das disputas entre as facções políticas, formalizadas pela aliança entre a elite e o povo. b) A partir da ascensão de Clístenes ao poder, do partido popular, que aliado a ex-escravos derrotou os aristocratas. c) Para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão. d) Como forma de promover maior desenvolvimento da cidade, equiparando-se agricultura e comércio, baseados nos trabalhos dos thetas. e) Devido às pretensões da elite agrária, em fazer de Atenas cidade hegemônica, como ocorreria no século seguinte. 04. O século VI a.C. marca a passagem do período arcaico para o período clássico na história dos antigos gregos. O elemento que marcou essa mudança foi: a) O grande desenvolvimento cultural de Atenas, liderado por Péricles, permitindo à cidade liderar todo o mundo grego. b) As Guerras Médicas, que possibilitaram o fortalecimento de diversas cidades gregas, dando início à hegemonia dos gregos. c) O antagonismo entre Atenas e Esparta, mais aguçado, determinando um conjunto de internas pelo poder. d) A derrota do Império Persa, que permitiu aos gregos o início do expansionismo sobre a parte do Oriente e a criação da cultura helenística. e) O início de um período caracterizado pela hegemonia de uma cidade sobre as demais, eliminando a soberania da maioria das polis. 05. Os espartanos se utilizaram o laconismo e da xenofobia para reforçar o status quo e evitar mudanças preservando: a) Um sistema social no qual a mulher não possuía nenhuma função de destaque. b) A distância sócia econômica, permanecendo o perieco como escravo, e o espartíata como intelectual. c) A estrutura política que garantia o direito do voto para que todos não fossem escravos. d) Os limites territoriais da cidade, que fora ameaçado pelo expansionismo persa. e) Os privilégios da elite militar, que controlava as terras férteis, consideradas propriedades estatais. 06. A vida política de Atenas, durante o período arcaico, foi caracterizada pelas transformações que culminariam com a criação da democracia escravista. Pode-se afirmar que essas transformações foram impulsionadas: a) A partir do enriquecimento de artesãos e comerciantes, que aumentaram a posição à oligarquia eupátrida. b) Pelas grandes rebeliões de escravos que exigiam a liberdade de direitos políticos. c) Pelo isolamento da cidade, permitindo a ausência e, portanto, a estabilidade política. d) Naturalmente, acompanhando o desenvolvimento intelectual e cultural da cidade. e) Após a vitória ateniense sobre os persas, terminadas as Guerras Médicas. 07. (FAAP) Em 334 a. C., Alexandre Magno lançou-se à conquista de um vasto império. Gregos e orientais, num processo de mutualidade, geraram uma nova e brilhante civilização, nascida dos escombros de outras. Com relação a esse período, pergunta-se: a) A qual civilização se refere? b) Quais as mais importantes correntes filosóficas dessa época? 08. (MACKENZIE) As diferenças políticas e econômicas entre espartanos e atenienses culminaram no conflito armado denominado: a) Guerras Médicas b) Guerras Púnicas c) Guerra do Peloponeso d) invasão macedônica e) Guerras Gaulesas 09. (UEMT) O enfraquecimento das cidades gregas, após a Guerra do Peloponeso (431 - 404 a. C.), possibilitou a conquista da Grécia pelos: a) bizantinos b) hititas c) assírios d) persas e) macedônios 10. (S. J. DO RIO PRETO) Os gregos possuíam divindades menores que inspiravam suas criações artísticas e científicas: assim Clio era a musa inspiradora da: a) Música b) História c) Poesia Épica d) Astronomia e) Comédia Resolução: 01. B 02. A 03. C 04. E 05. E 06. A 07. a) Da civilização helenística. b) Epicurismo, com Epicuro, e estoicismo, com Zenon. 08. C 09. E 10. B

Sugestão de atividade: 6° ano A Grécia Antiga

uestões: fonte www.coladaweb.com 01. Esparta apresentou um desenvolvimento histórico distinto da maioria das cidades-gregas, pois: a) Formou-se a partir de um governo conservador e assumiu um sistema político democrático, com a participação de todos os cidadãos. b) Organizou-se na forma de governo oligárquico, cujo objetivo principal era preservar os interesses da aristocracia. c) Transitou de um governo monárquico para o regime de tirania, o que proporcionou uma política de equilíbrio entre as camadas sociais. d) Assumiu a forma republicana de governo, sem possibilidade de ascensão dos grupos sociais. e) Caracterizou-se por um governo autocrático, no qual o grupo dirigente reunia poderes temporais e espirituais. 02. Comparando-se a educação ateniense com a espartana, conclui-se que: a) Os atenienses valorizavam a formação intelectual e física do homem, enquanto os espartanos, o militarismo. b) As relações democráticas em Atenas possibilitavam que muitas mulheres se destacassem na sociedade. c) Em Atenas desenvolveu-se o laconismo e em Esparta a xenofobia. d) Os espartanos valorizavam o militarismo e o desenvolvimento da cidadania. e) O desenvolvimento intelectual ateniense permitiu a instituição da democracia e o fim da escravidão. 03. Da coesão temporária entre aristocratas e populares, provocada pela luta contra um inimigo comum, aproveitou-se Clístenes para fazer a reforma que implantou a democracia em Atenas. A democracia surgiu: a) Com o fim das disputas entre as facções políticas, formalizadas pela aliança entre a elite e o povo. b) A partir da ascensão de Clístenes ao poder, do partido popular, que aliado a ex-escravos derrotou os aristocratas. c) Para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão. d) Como forma de promover maior desenvolvimento da cidade, equiparando-se agricultura e comércio, baseados nos trabalhos dos thetas. e) Devido às pretensões da elite agrária, em fazer de Atenas cidade hegemônica, como ocorreria no século seguinte. 04. O século VI a.C. marca a passagem do período arcaico para o período clássico na história dos antigos gregos. O elemento que marcou essa mudança foi: a) O grande desenvolvimento cultural de Atenas, liderado por Péricles, permitindo à cidade liderar todo o mundo grego. b) As Guerras Médicas, que possibilitaram o fortalecimento de diversas cidades gregas, dando início à hegemonia dos gregos. c) O antagonismo entre Atenas e Esparta, mais aguçado, determinando um conjunto de internas pelo poder. d) A derrota do Império Persa, que permitiu aos gregos o início do expansionismo sobre a parte do Oriente e a criação da cultura helenística. e) O início de um período caracterizado pela hegemonia de uma cidade sobre as demais, eliminando a soberania da maioria das polis. 05. Os espartanos se utilizaram o laconismo e da xenofobia para reforçar o status quo e evitar mudanças preservando: a) Um sistema social no qual a mulher não possuía nenhuma função de destaque. b) A distância sócia econômica, permanecendo o perieco como escravo, e o espartíata como intelectual. c) A estrutura política que garantia o direito do voto para que todos não fossem escravos. d) Os limites territoriais da cidade, que fora ameaçado pelo expansionismo persa. e) Os privilégios da elite militar, que controlava as terras férteis, consideradas propriedades estatais. 06. A vida política de Atenas, durante o período arcaico, foi caracterizada pelas transformações que culminariam com a criação da democracia escravista. Pode-se afirmar que essas transformações foram impulsionadas: a) A partir do enriquecimento de artesãos e comerciantes, que aumentaram a posição à oligarquia eupátrida. b) Pelas grandes rebeliões de escravos que exigiam a liberdade de direitos políticos. c) Pelo isolamento da cidade, permitindo a ausência e, portanto, a estabilidade política. d) Naturalmente, acompanhando o desenvolvimento intelectual e cultural da cidade. e) Após a vitória ateniense sobre os persas, terminadas as Guerras Médicas. 07. (FAAP) Em 334 a. C., Alexandre Magno lançou-se à conquista de um vasto império. Gregos e orientais, num processo de mutualidade, geraram uma nova e brilhante civilização, nascida dos escombros de outras. Com relação a esse período, pergunta-se: a) A qual civilização se refere? b) Quais as mais importantes correntes filosóficas dessa época? 08. (MACKENZIE) As diferenças políticas e econômicas entre espartanos e atenienses culminaram no conflito armado denominado: a) Guerras Médicas b) Guerras Púnicas c) Guerra do Peloponeso d) invasão macedônica e) Guerras Gaulesas 09. (UEMT) O enfraquecimento das cidades gregas, após a Guerra do Peloponeso (431 - 404 a. C.), possibilitou a conquista da Grécia pelos: a) bizantinos b) hititas c) assírios d) persas e) macedônios 10. (S. J. DO RIO PRETO) Os gregos possuíam divindades menores que inspiravam suas criações artísticas e científicas: assim Clio era a musa inspiradora da: a) Música b) História c) Poesia Épica d) Astronomia e) Comédia Resolução: 01. B 02. A 03. C 04. E 05. E 06. A 07. a) Da civilização helenística. b) Epicurismo, com Epicuro, e estoicismo, com Zenon. 08. C 09. E 10. B

Atividade Referente ao Estudo da Grécia Antiga.

1 - Leia o texto: "Os deuses, quaisquer que tenham sido as suas origens longínquas, nada mais são do que seres humanos, maiores, mais fortes, mais belos, eternamente jovens; adquiriram não só a forma humana, mas também os sentimentos, as paixões, os defeitos e até os vícios dos homens; o mundo divino apresenta, portanto, uma imagem engrandecida, mas não depurada da humanidade." (A. Jardé, A GRÉCIA ANTIGA E A VIDA GREGA, 1977) Usando as informações contidas no texto e outras que você aprendeu sobre o assunto, cite três características da religião na Grécia Antiga. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 2 - As cidades-Estados, base da organização política que caracterizou o povo grego, a) mantinham política comum. b) eram politicamente autônomas. c) possuíam princípios religiosos antagônicos. d) possuíam uma organização econômica solidária. e) estavam unidas na política de organização do Mediterrâneo. 3 - Sobre a religião grega, é correto afirmar que: (C)(E) Baseava-se em dogmas rigorosos e seus fiéis deveriam crer em verdades absolutas. (C)(E) Cada cidade-Estado tinha sua divindade protetora. (C)(E) Heróis como Perseu, Jasão, Édipo e Hércules eram divinizados. (C)(E) As orações dirigidas aos deuses imploravam principalmente a salvação da alma dos homens. (C)(E) As aventuras dos deuses e heróis são narradas em um conjunto de mitos, o qual se denomina "Mitologia Grega". 4 - Na Grécia antiga, a cada quatro anos declarava-se uma trégua nas guerras, a fim de que a população pudesse participar dos jogos de Olímpia, competição que originou os modernos Jogos Olímpicos, e que eram realizados em honra de: a) Palas Atena; b) Zeus; c) Deuses de cada cidade; d) Dionísio e Afrodite; e) Héstia. 5 - A "Cidade-Estado" foi uma organização política típica da Grécia antiga. Quais eram as características de uma "Cidade-Estado" (pólis) e quais foram as mais notáveis? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 6 - São fontes indispensáveis para o conhecimento dos primeiros tempos daquilo que viria a se constituir na civilização grega os poemas "Ilíada" e "Odisséia", atribuídos a Homero. Seus versos tratam, sobretudo, de episódios e conseqüências relacionadas com a seguinte alternativa: a) o domínio do fogo ofertado aos homens por Prometeu; b) a longa guerra contra a cidade de Tróia; c) a implantação da democracia em Atenas; d) os combates e batalhas da Guerra do Peloponeso; e) a conquista da Grécia pelas tropas romanas. 7 - Assinale os aspectos relacionados com as civilizações da Antigüidade Clássica. (C)(E) Cidades-estado da Grécia. (C)(E) As Guerras Púnicas. (C)(E) A construção de grandes pirâmides. (C)(E) O código de Hamurabi. (C)(E) O oráculo de Delfos. (C)(E) O direito romano. 8 - Assinale a ÚNICA proposição CORRETA. Entre os povos indo-europeus, que foram os principais fundadores das Cidades-estado da Grécia clássica, encontram-se os: (C)(E) Sumérios, Aqueus, Eólios e Godos. (C)(E) Aqueus, Jônios, Eólios e Francos. (C)(E) Jônios, Persas, Aqueus e Dórios. (C)(E) Eólios, Vândalos, Jônios e Aqueus. (C)(E) Aqueus, Dórios, Jônios e Eólios. 9 - Qual o papel social dos hilotas em Esparta ? a) Cidadãos, com todas as funções políticas, dedicados principalmente às tarefas militares. b) Estrangeiros, geralmente comerciantes e artesãos, sem participação política. c) Servos, em geral trabalhadores braçais, sem direitos políticos reconhecidos. d) Governantes de Esparta nos períodos de guerra e líderes nas Assembléias Gerais dos cidadãos. e) Responsáveis pelas tarefas religiosas e membros da Assembléia de Anciãos. 10 - O estudo do chamado Período Homérico da História da Grécia fundamenta-se na Ilíada e na Odisséia. Em linhas gerais, quais os temas centrais dessas obras? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________. 11 - Quais foram as civilizações que se desenvolveram nas seguintes regiões: a) Península Itálica ________________________________________________________________________________ b) Península e região insular entre o Mar Egeu e o Mar Jônico ________________________________________________________________________________ 12 - Quem eram os helenos? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 13 - Por que Heródoto é conhecido como o "Pai da História"? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 14 - Faça uma relação entre a Guerra do Peloponeso e a decadência do povo grego. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 15 - Em que os gregos diferenciavam-se dos egípcios, na questão política? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 16 - Faça uma comparação entre a democracia Grega e a democracia atual. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 17 - Escreva os nomes dos mares que banham a Península Balcânica. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 18 - O que foram as Guerras Médicas? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 19 - Como um grego tornava-se escravo em Atenas? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 20 - Acerca da participação política na Grécia Antiga, é correto afirmar que: a) em Esparta, espartíatas, mulheres e periecos escolhiam membros da Gerúsia. b) em Atenas, os eupátridas, mulheres, demiurgos e metecos escolhiam seus representantes na Assembléia Popular. c) em Esparta, os espartíatas, hilotas e periecos escolhiam os membros da Ápela. d) em Atenas, apenas os cidadãos participavam da Assembléia Popular. e) em Atenas, todos os habitantes da cidade, exceto os escravos, participavam da Assembléia Popular. 21 - São características da Democracia Ateniense Antiga: a) imperialismo, escravismo e democracia direta b) democracia representativa, imperialismo e escravismo c) trabalho livre, não exploração de colônias e democracia direta d) democracia indireta, não exploração de colônias e escravismo 22 - Nasceu em Atenas, em família nobre e rica. Teve esmerada educação. Dedicou-se à poesia, escrevendo poemas líricos e trágicos. Escreveu "A Apologia de Sócrates", "Críton", "A República", "Banquete" ou "Simpósio" e "Frédon": a) Platão b) Sócrates c) Arquimedes d) Aristóteles e) Pitágoras 23 - Célebre poeta do século IX a.C., autor dos poemas "Ilíada" e "Odisséia". A tradição apresenta-o velho e cego. a) Homero b) Heródoto c) Safo d) Anacreonte e) Píndaro

Atenas, Esparta e as mulheres

Atenas, Esparta e as mulheres * * * * * Os papéis assumidos pela mulher em Esparta e Atenas eram marcados por várias diferenças. Quando estudamos o desenvolvimento do mundo grego, percebemos que a variedade de povos que se espalham ao longo dos acidentados terrenos da Hélade são responsáveis pela formação de culturas bastante peculiares. Em cada uma das cidades-Estado temos instituições, transações comerciais, hierarquias sociais e outros hábitos que definem a singularidade de cada foco de ocupação desta grande região. Geralmente, as cidades-Estado de Esparta e Atenas servem como parâmetro para a compreensão dessa natureza diversa. Em muitos livros de História chegamos a encontrar alguns quadros-resumo em que as características dessas duas culturas são colocadas em paralelo para demonstrar as profundas mudanças entre as mesmas. Apesar de seu aspecto didático, tais esquemas acabam gerando algumas percepções incoerentes sobre estas cidades. Por valorizar a formação intelectual, alguns leitores são levados a crer que os atenienses eram “mais desenvolvidos” que os integrantes da sociedade espartana. Além disso, o laconismo (hábito de se expressar com poucas palavras) praticado pelos espartanos também reforça esse tipo de julgamento. No entanto, quando discutimos o papel desempenhado pelas mulheres em cada uma destas cidades-Estado vemos que essa noção se mostra completamente falha. Entre os atenienses, mesmo sendo esses os criadores da democracia, percebemos que a atuação da mulher era reduzida. Educada para ser dócil e reservada ao mundo doméstico, as mulheres atenienses eram subjugadas pelo pai até ele escolher qual homem poderia com ela se casar. Após o matrimônio, a subserviência feminina era destinada ao marido. Mesmo após as reformas políticas, as mulheres não participavam das questões políticas por serem consideradas inaptas para esse tipo de tarefa. No mundo espartano essa posição era bem diferente. Reforçando o seu caráter militar, os espartanos acreditavam que a mulher deveria ser fisicamente preparada para que pudesse dar origem a indivíduos aptos para compor o exército daquela cidade. Por isso, era comum que essas mulheres se dedicassem à disputa de jogos e outros tipos de atividade esportiva. Além disso, podiam controlar as finanças domésticas e participar das reuniões públicas ligadas à vida política espartana. Por meio desse interessante exemplo, podemos notar que a hierarquização dessas duas civilizações não trata de forma coerente as peculiaridades de cada cidade-Estado. Na verdade, estes critérios de “melhor” e “pior” acabam simplesmente reproduzindo aquilo que se aplica aos valores de quem observa cada uma das antigas cidades gregas. Dessa forma, devemos perceber que as diferenças entre cada uma das culturas concebidas na Grécia Antiga em nada têm a ver com esse tipo de parâmetro compreensivo. Por Rainer Sousa Graduado em História

A formação da pólis grega

A formação da pólis grega * * * * * A pólis determinou a configuração de experiências políticas e sociais diversas entre os gregos. No desenvolvimento da civilização grega, notamos que vários estudiosos destacam o surgimento da pólis como uma das mais importantes experiências desenvolvidas em toda a Antiguidade. Em sua compreensão mais simples, a pólis corresponde às diversas Cidades-Estado que se formaram no território grego entre o final do Período Homérico e o desenvolvimento do Período Arcaico. Contudo, como foi possível que esse tipo de organização social e política existisse? A princípio, o Período Homérico (XII a.C. – VIII a.C.) ficou conhecido pela formação das chamadas comunidades gentílicas. Estas consistiam em pequenas unidades agrícolas autossuficientes, nas quais todas as riquezas eram produzidas de forma coletiva. À frente desse grupo tínhamos o pater, uma espécie de patriarca que determinava a organização das ações administrativas, judiciárias e religiosas a serem desempenhadas por todos que compartilhavam aquele mesmo espaço. Com o passar do tempo, a falta de terras e o uso de técnicas de plantio pouco avançadas estabeleceram um crescimento populacional maior que a produção agrícola das comunidades gentílicas. Desse modo, a caráter coletivo dos genos foi perdendo espaço para outro tipo de configuração social. Paulatinamente, os membros mais próximos ao pater passaram a integrar uma restrita classe de proprietários de terras que eram subordinados aos outros integrantes da comunidade. Nesse novo momento, os parentes mais próximos do pater se transformaram nos integrantes da classe dos Eupátridas, termo grego que significava o mesmo que “bem-nascido”. Logo em seguida, temos os Georgoi (“agricultores”), que formavam a classe de pequenos proprietários de terras ainda existentes. Por fim, no estrato mais baixo dessa formação social, estavam os Thetas (“marginais”), que não tinham qualquer tipo de propriedade agrícola. Mais do que controlar a posse da terra, os Eupátridas também organizaram os instrumentos e instituições responsáveis pelas decisões políticas, as manifestações religiosas e todas as outras manifestações que reafirmassem o poder dessa classe dirigente. Temos de tal modo, a organização de uma aristocracia que se organizava a partir da maior riqueza daqueles tempos: a terra. Na medida em que a propriedade da terra estabelecia disputas de poder, vemos que alguns genos passaram a se mobilizar em defesa de seus territórios. Tínhamos assim, a formação das fratrias, que eram formadas como meio de preservação das terras. Com o passar do tempo, as fratrias também se uniriam coletivamente para a organização das tribos, que também desempenhavam – em uma escala mais ampla – a defesa das terras dos genos pertencentes a uma determinada região. A partir do momento que as demandas políticas dessas comunidades se tornavam cada vez mais recorrentes, vemos que essas associações de cunho militar passar a ter outro significado. O agrupamento das tribos e a influência dos Eupátridas determinaram a formação das primeiras Cidades-Estado, ou seja, as pólis gregas. Em muitas dessas pólis, vemos que a povoação se desenvolvia em torno da acrópole. Situada no ponto mais alto da cidade, esse espaço congregava os palácios e templos de uma pólis. Por meio da criação da pólis, não determinamos somente o estabelecimento de uma aristocracia responsável pelo destino político de toda uma população. Sob o ponto de vista histórico, a formação das pólis instituiu um espaço em que diferentes formas de organização políticas foram criadas e desenvolvidas. Ao racionalizar a vida em sociedade, a pólis abre caminho para outros tipos de experiência política. Por Rainer Sousa Mestre em História

A formação da pólis grega

A formação da pólis grega * * * * * A pólis determinou a configuração de experiências políticas e sociais diversas entre os gregos. No desenvolvimento da civilização grega, notamos que vários estudiosos destacam o surgimento da pólis como uma das mais importantes experiências desenvolvidas em toda a Antiguidade. Em sua compreensão mais simples, a pólis corresponde às diversas Cidades-Estado que se formaram no território grego entre o final do Período Homérico e o desenvolvimento do Período Arcaico. Contudo, como foi possível que esse tipo de organização social e política existisse? A princípio, o Período Homérico (XII a.C. – VIII a.C.) ficou conhecido pela formação das chamadas comunidades gentílicas. Estas consistiam em pequenas unidades agrícolas autossuficientes, nas quais todas as riquezas eram produzidas de forma coletiva. À frente desse grupo tínhamos o pater, uma espécie de patriarca que determinava a organização das ações administrativas, judiciárias e religiosas a serem desempenhadas por todos que compartilhavam aquele mesmo espaço. Com o passar do tempo, a falta de terras e o uso de técnicas de plantio pouco avançadas estabeleceram um crescimento populacional maior que a produção agrícola das comunidades gentílicas. Desse modo, a caráter coletivo dos genos foi perdendo espaço para outro tipo de configuração social. Paulatinamente, os membros mais próximos ao pater passaram a integrar uma restrita classe de proprietários de terras que eram subordinados aos outros integrantes da comunidade. Nesse novo momento, os parentes mais próximos do pater se transformaram nos integrantes da classe dos Eupátridas, termo grego que significava o mesmo que “bem-nascido”. Logo em seguida, temos os Georgoi (“agricultores”), que formavam a classe de pequenos proprietários de terras ainda existentes. Por fim, no estrato mais baixo dessa formação social, estavam os Thetas (“marginais”), que não tinham qualquer tipo de propriedade agrícola. Mais do que controlar a posse da terra, os Eupátridas também organizaram os instrumentos e instituições responsáveis pelas decisões políticas, as manifestações religiosas e todas as outras manifestações que reafirmassem o poder dessa classe dirigente. Temos de tal modo, a organização de uma aristocracia que se organizava a partir da maior riqueza daqueles tempos: a terra. Na medida em que a propriedade da terra estabelecia disputas de poder, vemos que alguns genos passaram a se mobilizar em defesa de seus territórios. Tínhamos assim, a formação das fratrias, que eram formadas como meio de preservação das terras. Com o passar do tempo, as fratrias também se uniriam coletivamente para a organização das tribos, que também desempenhavam – em uma escala mais ampla – a defesa das terras dos genos pertencentes a uma determinada região. A partir do momento que as demandas políticas dessas comunidades se tornavam cada vez mais recorrentes, vemos que essas associações de cunho militar passar a ter outro significado. O agrupamento das tribos e a influência dos Eupátridas determinaram a formação das primeiras Cidades-Estado, ou seja, as pólis gregas. Em muitas dessas pólis, vemos que a povoação se desenvolvia em torno da acrópole. Situada no ponto mais alto da cidade, esse espaço congregava os palácios e templos de uma pólis. Por meio da criação da pólis, não determinamos somente o estabelecimento de uma aristocracia responsável pelo destino político de toda uma população. Sob o ponto de vista histórico, a formação das pólis instituiu um espaço em que diferentes formas de organização políticas foram criadas e desenvolvidas. Ao racionalizar a vida em sociedade, a pólis abre caminho para outros tipos de experiência política. Por Rainer Sousa Mestre em História

A educação espartana

A educação espartana * * * * * O espartano era um cidadão desde cedo moldado conforme os valores militaristas de sua cidade-Estado. Em termos genéricos, podemos ver que a educação desenvolvida em Esparta estava intimamente ligada ao caráter militarista que a sociedade e o governo tomavam naquela época. Desde a mais tenra idade, percebemos que a formação do indivíduo era reconhecida como uma função a ser obrigatoriamente assumida pelo próprio Estado. Para compreendermos tal prática, é necessário nos lembrar que os espartanos viam cada novo ser como um soldado em potencial. Já ao nascer, a criança era minuciosamente observada por um grupo de anciãos. Caso ela não apresentasse uma boa saúde ou tivesse algum problema físico, era invariavelmente lançada do cume do monte Taigeto. Se fosse considerada saudável, ela poderia ficar com a sua mãe até os sete anos de idade. Depois disso, passava a ficar sob a tutela do governo espartano para assim receber todo o conhecimento necessário à sua vindoura trajetória militar. Entre os sete e os doze anos a criança recebia os conhecimentos fundamentais para que conhecesse a organização e as tradições de seu povo. Depois disso, era dado início a um rigoroso treinamento militar onde seria colocado em uma série de provações e testes que deveriam aprimorar as habilidades do jovem. Nessa fase, o aprendiz era solto em um campo onde deveria obter o seu próprio sustento por meio da coleta, da caça de animais ou, em alguns casos, por meio do furto. Nessa mesma época, os aprendizes eram colocados para realizarem longas marchas e lutarem uns com os outros. Dessa maneira, aprendiam a combater eficazmente. Além disso, havia uma grande preocupação em expor esse soldado a situações provadoras que atestassem a sua resistência a condições adversas e obediência aos seus superiores. Cada vez que não cumprisse uma determinada missão, esse soldado em treinamento era submetido a terríveis punições físicas. Quando chegavam aos dezessete anos de idade, o soldado espartano era submetido a um importante “teste final”: a kriptia. Funcionando como uma espécie de jogo de esconde-esconde, os soldados participantes se escondiam de dia em um campo para, ao anoitecer, saírem à caça do maior número de hilotas (escravos) possíveis. Quem sobrevivesse a esse processo de seleção já estaria formado para integrar as fileiras do exército e teria direito a um lote de terras. Com relação às mulheres, devemos salientar que essa mesma tutela exercida pelo Estado também era dirigida a elas. De acordo com a cultura espartana, somente uma mulher fisicamente preparada teria condições de gerar filhos que pudessem lutar bravamente pela defesa de sua cidade-Estado. Além disso, durante sua vida civil ela poderia adquirir o direto de propriedade e não estava necessariamente sujeita à autoridade de seu marido. Quando alcançava os trinta anos de idade, o soldado espartano poderia galgar a condição de cidadão. A partir desse momento, ele participava das decisões e leis a serem discutidas na Ápela, assembleia que poderia vetar a criação de leis e indicava os indivíduos que comporiam a classe política dirigente de Esparta. Quando atingia a idade de sessenta anos, o indivíduo poderia sair do exército e integrar a Gerúsia, o conselho de anciãos responsável pela criação das leis espartanas. Por Rainer Sousa Graduado em História

A educação espartana

A educação espartana * * * * * O espartano era um cidadão desde cedo moldado conforme os valores militaristas de sua cidade-Estado. Em termos genéricos, podemos ver que a educação desenvolvida em Esparta estava intimamente ligada ao caráter militarista que a sociedade e o governo tomavam naquela época. Desde a mais tenra idade, percebemos que a formação do indivíduo era reconhecida como uma função a ser obrigatoriamente assumida pelo próprio Estado. Para compreendermos tal prática, é necessário nos lembrar que os espartanos viam cada novo ser como um soldado em potencial. Já ao nascer, a criança era minuciosamente observada por um grupo de anciãos. Caso ela não apresentasse uma boa saúde ou tivesse algum problema físico, era invariavelmente lançada do cume do monte Taigeto. Se fosse considerada saudável, ela poderia ficar com a sua mãe até os sete anos de idade. Depois disso, passava a ficar sob a tutela do governo espartano para assim receber todo o conhecimento necessário à sua vindoura trajetória militar. Entre os sete e os doze anos a criança recebia os conhecimentos fundamentais para que conhecesse a organização e as tradições de seu povo. Depois disso, era dado início a um rigoroso treinamento militar onde seria colocado em uma série de provações e testes que deveriam aprimorar as habilidades do jovem. Nessa fase, o aprendiz era solto em um campo onde deveria obter o seu próprio sustento por meio da coleta, da caça de animais ou, em alguns casos, por meio do furto. Nessa mesma época, os aprendizes eram colocados para realizarem longas marchas e lutarem uns com os outros. Dessa maneira, aprendiam a combater eficazmente. Além disso, havia uma grande preocupação em expor esse soldado a situações provadoras que atestassem a sua resistência a condições adversas e obediência aos seus superiores. Cada vez que não cumprisse uma determinada missão, esse soldado em treinamento era submetido a terríveis punições físicas. Quando chegavam aos dezessete anos de idade, o soldado espartano era submetido a um importante “teste final”: a kriptia. Funcionando como uma espécie de jogo de esconde-esconde, os soldados participantes se escondiam de dia em um campo para, ao anoitecer, saírem à caça do maior número de hilotas (escravos) possíveis. Quem sobrevivesse a esse processo de seleção já estaria formado para integrar as fileiras do exército e teria direito a um lote de terras. Com relação às mulheres, devemos salientar que essa mesma tutela exercida pelo Estado também era dirigida a elas. De acordo com a cultura espartana, somente uma mulher fisicamente preparada teria condições de gerar filhos que pudessem lutar bravamente pela defesa de sua cidade-Estado. Além disso, durante sua vida civil ela poderia adquirir o direto de propriedade e não estava necessariamente sujeita à autoridade de seu marido. Quando alcançava os trinta anos de idade, o soldado espartano poderia galgar a condição de cidadão. A partir desse momento, ele participava das decisões e leis a serem discutidas na Ápela, assembleia que poderia vetar a criação de leis e indicava os indivíduos que comporiam a classe política dirigente de Esparta. Quando atingia a idade de sessenta anos, o indivíduo poderia sair do exército e integrar a Gerúsia, o conselho de anciãos responsável pela criação das leis espartanas. Por Rainer Sousa Graduado em História

A Grécia Antiga

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História da Grécia Antiga

História da Grécia Antiga Expansão grega, sociedade grega, mitologia grega, arte grega, economia, civilização grega, religião, pólis, cidades-estados, Atenas e Esparta, cultura grega, Olimpíadas, Guerra do Peloponeso, mapa da Grécia, resumo teatro grego - cultura grega e história Ruínas de um teatro grego Introdução A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-europeia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), forma que caracteriza a vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia foram: Esparta e Atenas. mapa da grécia antiga Mapa da Grécia (clique nele para ampliar) Expansão do povo grego (diáspora) Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como consequência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos. Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios. Economia da Grécia Antiga A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores. Cultura e religião Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período. A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega. A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semideuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Deméter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes. Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro. Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).

Movimentos nativistas e de libertação – Inconfidência Mineira – 1789 – Vila Rica

Movimentos nativistas e de libertação – Inconfidência Mineira – 1789 – Vila Rica


Leitura da sentença dos inconfidentes, por Leopoldino Faria.

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.

 

Causas

Neste  período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.

Os Inconfidentes 



Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes (saiba mais sobre ele) era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim : Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Conseqüências

A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.


Curiosidades

  • Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos dias.
  • Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas.
  • A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes.
  • Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.

Os Bandeirantes e a Mineração no Brasil

Os Bandeirantes e a Mineração no BRASIL

Os Bandeirantes e a Mineração no Brasil
Bandeirantes: figuras historicamente ligadas ao desenvolvimento da atividade
Entre os fins do século XVI e ao longo do século XVII, as instabilidades do regime colonial instalado no Brasil trouxeram interessantes transformações. A partir da chamada União Ibérica, ocorrida entre 1580 e 1640, o território colonial passou a ser controlado por autoridades espanholas e, nesse mesmo contexto, os holandeses entraram e controlaram a produção de açúcar na região nordeste.
Todas essas mudanças causaram situações muito peculiares. Entre tantas, destacamos a crise econômica que afetou os colonizadores e a população situada na região sudeste. Sem o apoio holandês, focado na região nordeste, e sem auxílio espanhol, os colonos paulistas sofreram com a retração da economia açucareira e falta de outras alternativas de sustento mais seguras.
Foi nesse exato contexto que começaram a se formar comitivas, oriundas principalmente de São Paulo, que partiam do litoral em direção ao interior do Brasil. Conhecidas como “bandeiras”, essas expedições reuniram vários colonos que buscavam riquezas que pudessem livrá-los dos já ressaltados problemas econômicos daqueles tempos.
Com o passar do tempo, essa atividade dos “bandeirantes”, nome dado aos integrantes das bandeiras, se transformou em uma atividade econômica de grande movimentação. Adentrando nossas terras, os bandeirantes buscaram diferentes tipos de riquezas que pudessem amenizar a complicada luta pela sobrevivência naqueles tempos.
Umas das riquezas buscadas pelas bandeiras foram as chamadas “drogas do sertão”. Essas tais drogas, que nada têm a ver com qualquer tipo de entorpecente ilegal, dava nome a um grande número de ervas, raízes, frutos e plantas com propriedades de caráter medicinal e culinário. Buscando tais produtos, os bandeirantes fabricavam remédios, melhoravam sua dieta alimentar e realizavam o comércio de tais mercadorias.
Adentrando as matas, os bandeirantes também se envolveram na captura e venda de índios como escravos. Sendo mais baratos que os escravos importados da África, os bandeirantes se arriscavam e lucravam com essa atividade marcada pelo conflito e pela violência. Em certas situações, eram também contratados para recapturar os escravos negros fugidos das fazendas ou participar de taques contra os quilombos situados no interior.
Além dessas duas atividades, os bandeirantes aproveitavam das investidas pela mata para procurar metais preciosos em nosso território. A probabilidade de encontrar prata, ouro ou outras pedras preciosas também era outra possibilidade ligada ao bandeirantismo. Contudo, a resposta para essa busca só aconteceu no final do século XVII.
Nessa época, temos a notícia das primeiras regiões mineradoras a serem sistematicamente exploradas durante todo o século XVIII. Por meio da ação dos bandeirantes, grandes regiões auríferas e diamantíferas foram encontradas em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Em pouco tempo, a Coroa Portuguesa interveio no controle dessas mesmas regiões ricas em metais e pedras preciosas.
A partir dali, a sociedade e a economia colonial sofreriam mudanças significativas. Várias cidades se formaram pelo interior do território, a fiscalização colonial se intensificou e a economia interna ganhou maior ritmo. Com o passar do tempo, a ação dos bandeirantes acabou se enfraquecendo e ficando fortemente associada ao desenvolvimento da mineração colonial.

Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Escola Kids
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG

ATIVIDADES SOBRE PERÍODO DA MINERAÇÃO

Exercícios de história sobre a mineração

Pequeno simulado de história com assunto que cai em prova de vestibular e Enem. São exercícios de história sobre a mineração no período colonial do Brasil voltado para os alunos do nível médio e estudantes que estão se preparando para a prova do Enem. Tema de história em um teste online com questões com gabarito para que o aluno possa avaliar seus conhecimentos sobre a mineração.

1.Foi no século XVII que os bandeirantes acharam as primeiras jazidas de ouro:

a) No rio de Janeiro
b) Em Minas Gerais
c) Em São Paulo
d) Em Pernambuco
e) Na Bahia

2. Durante o período da mineração no Brasil ocorreu um violento conflito entre paulista e portugueses que ficou conhecido como:

a) Conflito dos moicanos
b) Conflito da mineração
c) Guerra da mineração
d) Guerra dos emboabas
e) Conflito do ouro

3.As minas pertenciam à Coroa portuguesa, que concedia lotes aos mineradores. A mão-de-obra nos lotes era realizada por escravos em locais denominados:

a) Casas de fundição
b) lavras
c) emboabas
d) aluviais
e) arraiais

4.Criado em 1702, esse órgão era responsável por distribuir terras para a exploração do ouro, fiscalizar a atividade mineradora, julgar questões referentes à mineração e, sobretudo, cobrar tributos pelas explorações das jazidas:

a) Intendência das Minas
b) Casas de fundição
c) Arraial do tijuco
d) Capão da traição
e) Lavra

5. Em 29 de junho de 1720 eclodiu um conflito com cerca de dois mil revoltosos, comandados pelo tropeiro português Felipe dos Santos denominado:

a) Revolta dos emboabas
b) Guerra dos revoltosos
c) Conflito do quintado
d) Conflito dos tropeiros
e) Revolta de Vila Rica



________________________


Gabarito dos exercícios de história sobre mineração:
1.b – 2.d – 3.b – 4.a – 5.e

MINERAÇÃO NO BRASIL

MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA

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Mineração no Brasil Colônia
Condicionantes da mineração – Até o século XVII, a economia açucareira era a atividade predominante da colônia e o interesse metropolitano estava inteiramente voltado para o seu desenvolvimento. Porém, a partir de meados do século XVII, o açúcar brasileiro sofreu a forte concorrência antilhana, claro, os holandeses, uma vez “expulsos” passaram a produzir em suas colônias no Caribe, fazendo com que a Coroa portuguesa voltasse a estimular a descoberta de metais.
Os paulistas, que conheciam bem o sertão, iriam desempenhar um papel importante nessa nova fase da história colonial. Já em 1674, destacou-se a bandeira de Fernão Dias Pais, que, apesar de não ter descoberto metais preciosos, serviu para indicar o caminho para o interior de Minas. Poucos anos depois, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva – o Anhangüera – abriria caminho para o Brasil central (Goiás e Mato Grosso).
Descoberta do ouro e povoamento – A procura de metais preciosos no Brasil era bem antiga e datava do início da colonização, sobretudo depois da descoberta da rica mina de prata de Potosí, em 1545, na atual Bolívia. A criação do governo-geral em 1548, e a sua instalação no ano seguinte, foi um reflexo daquela descoberta.
De fato, diversas foram as “entradas” (expedições sertanistas oficiais) que partiram da Bahia, Espírito Santo, Ceará, Sergipe e Pernambuco para o interior.
Os principais exploradores do sertão, foram os paulistas. Com um irrisório apoio oficial, Fernão Dias Pais partiu em 1674 para o sertão, onde permaneceu por seis anos, chegando ao Jequitinhonha. Porém, não descobriu nada de valor. Em 1681 encontrou turmalinas acreditando serem esmeraldas.
Contudo, durante os anos em que permaneceu no sertão, desbravou grande parte do interior das Gerais e abriu caminho para futuras descobertas de importância.
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Costuma-se atribuir o início da mineração à descoberta do ouro feita por Antônio Rodrigues Arzão, em 1693, embora a corrida do ouro começasse efetivamente com a descoberta das minas de Ouro Preto por Antônio Dias de Oliveira, em 1698.
Além de se difundir pelo Brasil, a notícia chegou a Portugal através da correspondência dos governadores ao rei.
De diversos pontos do Brasil começou a chegar grande quantidade de aventureiros, ávidos de rápido enriquecimento. Mesmo de Portugal vieram, a cada ano, cerca de 10 mil pessoas, durante sessenta anos.
A primeira conseqüência desse deslocamento maciço da população para as regiões das minas foi a grave carestia, que se tornou particularmente catastrófica nos anos 1697 – 1698 e, novamente, em 1700 – 1701. O jesuíta Antonil, que viveu nesse tempo, escreveu que os mineiros morriam à míngua, “com uma espiga de milho na mão, sem terem outro sustento”.
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População das minas: paulistas e emboabas – A população era bastante heterogênea, mas distinguiam-se claramente paulistas e forasteiros. Estes eram chamados, depreciativamente, pelos paulistas, de “emboabas”, que em língua tupi queria dizer “pássaro de pés emplumados” – referência irônica aos forasteiros, que usavam botas; os paulistas andavam descalços.
Nesse tempo a população paulista era de mamelucos e índios que utilizavam como língua o tupi, mais do que o português. Embora minoritários, os paulistas hostilizavam e eram hostilizados pelos emboabas. Julgavam-se do nos das minas por direito de descoberta. Mas a rivalidade entre paulistas e emboabas tinha outros motivos mais significativos.
O comércio de abastecimento das Minas era controlado por alguns emboabas que auferiam grandes lucros. Dada a sua riqueza e a importância da atividade que exerciam, passaram a ter grande influência. Manuel Nunes Viana, português que veio ainda menino para a Bahia, era um desses ricos comerciantes e principal líder dos emboabas. Era proprietário de fazendas de gado no São Francisco e estava associa do aos comerciantes da Bahia.
A Guerra dos Emboabas – O estopim da guerra foi o desentendimento entre Nunes Viana e Borba Gato, que era guarda-mor das Minas e, portanto, representante do poder real. A fim de combater o contrabando do ouro, a Coroa havia proibido o comércio entre as Minas e a Bahia, com exceção do gado. Apesar dessa de terminação, o comércio proibido continuou, sob a liderança de Nunes Viana. Borba Gato de terminou então a expulsão de Nunes Viana das Minas, mas este não a acatou e foi apoiado pelos emboabas.
Ora, a maior parte das Minas era ocupada pelos emboabas, e os paulistas estavam concentrados no rio das Mortes, de onde os emboabas decidiram, então, desalojá-los. Sendo minoritários, os paulistas se retiraram, mas um grupo deles, com maioria de índios, foi cercado pelos emboabas, que exigiram a rendição, prometendo poupar-lhe a vida caso depusesse as armas. Foi o que fizeram os paulistas. Mas, mesmo assim, foram massacrados no local que ganhou o nome de Capão da Traição.
Expulsos das Minas, os paulistas penetra ram em Goiás e Mato Grosso, onde novas jazi das seriam descobertas.
A organização da economia mineira – Ha via, basicamente, dois tipos de “empresas” mineradoras: a lavra (grande extração) e a faiscação (pequena extração). A lavra consistia numa exploração de dimensão relativamente grande em jazidas de importância e utilizava amplamente o trabalho escravo. À medida que essas jazidas iam se esgotando e sua exploração tomava-se antieconômica, ocorria o deslocamento das lavras para outras jazidas, deixando o que restara da anterior para a faiscação, praticada por pequenos mineradores.
No Brasil, o ouro encontrava-se depositado na superfície ou em pequenas profundidades: inicialmente exploravam-se os veios (nos leitos dos rios), que eram superficiais; em seguida, os tabuleiros (nas margens), que eram pouco profundos; e, finalmente, as grupiaras (nas encostas), que eram mais profundas. Dizemos, por isso, que predominou o ouro de aluvião, que era depositado no fundo dos rios e de fácil extração, ao contrário das minas de prata do México e do Peru, que dependiam de profundas escavações. A extração do ouro de aluvião era, portanto, mais simples, mas de esgota mento mais rápido. Por essa razão, mesmo na organização das lavras, as empresas eram concebidas de modo a poderem se mobilizar constantemente, conferindo à atividade mineradora um caráter nômade. Por conseguinte, o investimento em termos de equipamento não podia ser de grande vulto. Seguindo as características de toda a economia colonial, a mineração era igualmente extensiva e utilizava o trabalho escravo. A técnica de extração, por sua vez, era rudimentar e mesmo o número de escravos para cada lavra era reduzido, embora haja notícias de lavras com mais de cem escravos. Na realidade, a manutenção de uma em presa com elevado e permanente número de escravos era incompatível com a natureza in certa das descobertas e da produtividade das minas.
São Paulo – A descoberta das minas funcionou como um poderoso estímulo às atividades econômicas em São Paulo. Porém, no início do século XVIII, a sua população mal ultrapassava 15 mil pessoas e uma boa parte dela foi para as minas. Em compensação, recebeu um acréscimo populacional proveniente de Portugal e já no final do século XVIII tinha perto de 117 mil habitantes.
Assim, as lavouras foram se ampliando e multiplicaram-se as atividades manufatureiras. O porto de Santos ganhou súbita importância como porta de entrada para escravos e produtos importados europeus.
Como as minas necessitavam de animais de carga e transporte, alguns paulistas deslocaram se para Paranaguá e Curitiba, onde dedicaram à criação. Outros foram buscar na região platina (Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina) o gado muar, essencial para o transporte.
Os caminhos para as minas – Situadas no interior do centro-sul, as minas eram localidades de difícil acesso. De São Paulo aos núcleos mineradores a viagem era de sessenta dias. Ha via três caminhos de acesso. O que foi aberto por Fernão Dias Pais passava por Atibaia e Bragança e alcançava a Mantiqueira. O outro, saindo de São Paulo, percorria Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Jacareí, Pindamonhangaba, Guaratinguetá e Lorena para chegar às três principais regiões mineradoras: Ribeirão do Carmo, Ouro Preto e rio das Velhas. Um terceiro caminho passava por Mogi-Guaçu e correspondia, grosso modo, ao traçado da Estrada de Ferro Mojiana, hoje desativada.
A Bahia possuía uma ligação com Minas muito anterior à descoberta do ouro. O caminho foi aberto pelos bandeirantes paulistas no século XVII do sul para o norte. A vantagem dessa via era a sua segurança e conforto. Não faltavam pastos para os cavalos, nem alimento para os viajantes. As estradas eram mais largas e podiam ser percorridas sem medo de ataques indígenas.
A Bahia estava apta a se integrar à economia mineira por várias razões: era um centro antigo de colonização e, como tal, tinha uma economia mais bem preparada para atender às demandas de Minas; a sua pecuária havia se expandido para o sertão e pelo rio São Francisco dirigindo-se para as minas; além disso, era um grande centro importador de produtos europeus e tinha a vantagem de estar mais próximo de Portugal do que os portos sulinos.
Como aconteceu com outras regiões, grande contingente de baianos foi atraído pelas mi nas. Até senhores de engenho abandonaram tudo e se mudaram para lá com todos os seus bens e escravos.
Mas as autoridades coloniais não viam a integração da Bahia na economia mineira com bons olhos. Não interessava ao rei que os baianos abandonassem a economia açucareira. Havia ainda a preocupação com a venda de es cravos dos engenhos para as minas. Por outro lado, o contrabando do ouro era difícil de ser controlado na estrada de Minas à Bahia. Por isso, a Bahia foi proibida de fazer comércio com as Gerais, exceto no que se refere ao gado. A proibição, entretanto, foi inútil. Contrariando as determinações, os baianos continuaram tão ativos no comércio com as minas quanto os paulistas e os fluminenses.
De qualquer modo, para efeitos legais, o comércio muito intenso mantido pelos merca dores baianos com as minas era considerado contrabando. E uma das maiores figuras desse contrabando era, justamente, Manuel Nunes Viana, que teve um destacado papel no episódio da Guerra dos Emboabas.
O Rio de Janeiro, no começo, não dispunha de acesso direto às minas, o que dificultava o seu comércio. Mas rapidamente se beneficiou com a abertura do “caminho novo”, construído em três anos (de 1698 a 1701) e aperfeiçoado entre 1701 e 1707.
Com a sua abertura, a viagem do Rio para Minas poderia ser realizada em doze ou dezessete dias, conforme o ritmo da marcha. A vantagem do “caminho novo” era óbvia com parado com o de São Paulo a Minas, no qual se gastavam sessenta dias. E essa vantagem teve importantes conseqüências, pois transformou o Rio no principal fornecedor das minas e na principal rota de escoamento do ouro. São Paulo sofreu os efeitos da nova situação, mas graças à descoberta de minas em Goiás e Mato Grosso as perdas foram contrabalançadas.
Sendo uma economia essencialmente importadora, a mineração dependia do abasteci mento externo de alimentos, ferramentas, objetos artesanais, incluindo os de luxo, gado, principalmente o muar, para transporte e tração e, finalmente, escravos. Três agentes se encarregaram desse abastecimento: o tropeiro, que trazia alimentos e outras mercadorias; o boiadeiro e os comboieiros, que chegavam com os escravos.
A articulação econômica – Ao abrir-se como um grande mercado, a mineração foi responsável pela articulação econômica da colônia, integrando não apenas São Paulo, Rio e Bahia, mas também, através de São Paulo, a região sulina como um todo.
O gado muar era essencial como meio de transporte. E o principal centro produtor es tava localizado na região platina, que, tradicionalmente, fornecia esse gado para as minas peruanas. Com a decadência destas últimas, um novo estimulo para a sua criação veio de Minas. Assim se intensificou a ocupação da região platina, que resultou, no final, na incorporação do Rio Grande do Sul ao domínio português.
Minas era também um grande mercado de escravos. A crescente demanda de mão-de-obra escrava provocou significativas alterações no tráfico. Na África, a moeda de compra de escravos era o fumo. A Bahia e Pernambuco tornaram-se, ao mesmo tempo, grandes produtores de fumo e agenciadores de escravos africanos, propiciando o aparecimento de arma dores e traficantes brasileiros.
Os traficantes nordestinos chegaram a superar a concorrência de nações poderosas como Inglaterra, França e Holanda, batendo também os portugueses.
Beneficiados com a abertura do “caminho novo”, mercadores do Rio de janeiro se dedica ram intensamente ao tráfico, utilizando, como moeda de compra de escravos, aguardente (pinga), açúcar e até ouro.
A intensificação do tráfico teve efeitos internos importantes. Na Bahia e em Pernambuco ocorreu a expansão da cultura do tabaco e, no Rio, do engenho de aguardente, destacando-se Parati.
Assim, atuando como pólo de atração econômica, a mineração favoreceu a integração das várias regiões antes dispersas e desarticuladas. Surgiu, desse modo, um fenômeno antes desconhecido na colônia: a formação de um merca do interno articulado. Outra conseqüência importante da mineração foi a de ter deslocado o eixo econômico do nordeste para o sul, valorizando principalmente o porto do Rio de Janeiro. Não foi por acaso que em 1763, na administração pombalina, â capital da colônia acabou transferida da Bahia para o Rio de Janeiro.
Contrabandeando – Portugal tinha, nesse quadro, uma posição parasitária. A Coroa procurava extrair o máximo de benefício através da cobrança de impostos, adotando medidas para evitar â sonegação e o contrabando. E não per dia nenhuma oportunidade para carrear o ouro para os seus cofres. Ela cobrava impostos nas alfândegas portuguesas e brasileiras, impunha taxas para â passagem de rios, estabelecia impostos para lojas e vendas e também sobre â comercialização de escravos, sem contar os impostos que incidiam diretamente sobre â mineração, como o quinto.
Porém, Portugal tinha um ponto fraco: â sua indústria manufatureira era muito pouco desenvolvida, de modo que â maioria das mercadorias vendidas às minas era importada da Inglaterra.
Os ingleses possuíam, só em Lisboa, cerca de noventa casas comerciais. Assim, lucravam indiretamente com o comércio entre Portugal e o Brasil e, também, diretamente através do contrabando. E esse contrabando era feito abertamente e, muitas vezes, com â cumplicidade das autoridades coloniais portuguesas.
Os holandeses e franceses, que não tinham esse mesmo acesso, conseguiam introduzir suas mercadorias através do contrabando realizado com navios brasileiros na África, que, além de escravos, traziam seus produtos para serem vendidos nas minas.
Mineração e urbanização. A atividade minerados era altamente especializada, de modo que toda mercadoria necessária ao consumo vinha de fora. Por isso, ao lado dos milhares de mineradores, foram se estabelecendo artesãos e comerciantes, dando à região das minas um povoamento com forte tendência urbaniza dos. Também â administração, preocupada em evitar o contrabando e â sonegação, favoreceu a urbanização. O agrupamento em cidades facilitava o controle sobre â produção minerados.Assim, rapidamente os arraiais de ouro se transformavam em centros urbanos: Vila Rica do Ouro Preto, Sabará, Ribeirão do Carmo (atual Mariana), São João del Rei, etc.
Por serem grandes as incertezas, â atividade mineira não permitia â constituição de empresas de grande vulto, em caráter permanente, salvo em casos reduzidíssimos dos grandes mineradores. Para as empresas de menor tamanho, devido às incertezas e à voracidade fiscal, â situação geral era â impermanência, o que resultou numa forma muito especial de trabalho escravo. Não podendo arcar com os custos da manutenção de uma escravaria numerosa, os pequenos mineradores davam aos escravos, em geral, uma autonomia e liberdade de iniciativa que não se conheceu nas regiões açucareiras. Muitas vezes trabalhavam longe de seu senhor ou mesmo por iniciativa própria, obrigados apenas à entrega da parte de seus acha dos. Essa situação possibilitou aos escravos acumularem para si um certo volume de riqueza que, posteriormente, foi utilizado na com pra de sua alforria (liberdade).
Apesar disso, não se deve concluir que â escravidão fosse menos rigorosa nas minas. Tal como nos centros açucareiros, â desigualdade foi reproduzida com â mesma intensidade e â pobreza contrastava com â opulência de uma minoria. Ao contrário do que se acreditava, â mineração não foi mais democrática. E mais: as grandes fortunas não tiveram origem na atividade minerados, mas no comércio.
A administração das minas. Diferentemente das outras atividades econômicas da colônia, â mineração foi submetida â rigorosa disciplina e controle por parte da metrópole. Aqui, as restrições atingiram o seu ponto culminante.
Desde o século XVII â mineração já se encontrava regulamentada. Os Códigos Mineiros de 1603 e 161 S, embora admitissem â livre exploração das minas, impunham uma fiscalização rigorosa na cobrança do quinto (quinta parte do ouro extraído).
Com as descobertas do final do século XVII, â metrópole elaborou um novo código, que substituiu os anteriores e perdurou até o final do período colonial: o Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, que data de 1720.
Para a aplicação efetiva das medidas contidas no regimento, foi criada â Intendência das Minas para cada capitania em que o ouro havia sido descoberto. A principal característica desse órgão era a sua completa independência em relação a outras autoridades coloniais. A intendência reportava-se diretamente ao Conselho Ultramarino.
O mais alto cargo da intendência pertencia ao superintendente ou intendente, que aplicava a legislação e zelava pelos interesses da Co roa. Outro funcionário importante era o guarda-mor, a quem competia a repartição das da tas (lotes de jazidas auríferas) e a fiscalização e observância do regimento em locais distantes; em certas circunstâncias cabia ao guarda mor nomear, pára substituí-lo, os guardas-menores.
A fim de evitar as sonegações, outro ele mento veio a se agregar à administração: a Casa de Fundição. Na verdade, ela existia desde 1603 e, de acordo com o Código Mineiro da mesma data, deveria ter uma função importante na arrecadação do quinto. Todo o ouro ex traído deveria ser levado a essa casa e fundido em forma de barra, da qual se deduzia, automaticamente, o quinto da Coroa. Nas barras assim fundidas ficava impresso o selo real e só assim o ouro podia circular.
Todas as descobertas deveriam ser comunicadas à intendência. Em seguida, os guardas-mores delimitavam a zona aurífera em diferentes datas. Em dia, hora e local previa mente anunciados, fazia-se a distribuição das datas: a primeira cabia ao descobridor, a segunda à Coroa, que a revendia posterior mente em leilão, e, a partir da terceira, procedia-se por sorteio, embora a dimensão das datas fosse proporcional ao número de escravos do pretendente.
A exploração das datas deveria iniciar-se num prazo de quarenta dias. Caso contrário, o proprietário era obrigado a devolver o seu lote. Em caso de perda dos escravos, a data poderia ser vendida.
Tributação em Minas – O objetivo da Co roa era garantir, por todos os meios, a sua renda. Desde o século XVII, existia uma legislação minerados que estipulava o pagamento de 20%° (1/5) do ouro descoberto e explorado. Com a descoberta do ouro em Minas, o primeiro problema foi o de saber de que modo esse imposto – o quinto – deveria ser cobrado:
Utilizaram-se, basicamente, três formas: a capitação, o sistema de fintas e as Casas de Fundição.
A primeira a ser aplicada foi a capitação, que era, na prática, um imposto que incidia sobre o número de escravas de cada minerador, esperando-se, com isso, que a arrecadação correspondesse ao “quinto”. Mas essa medida gerou revoltas, pois os mineradores ficavam sujeitos ao pagamento mesmo que seus escravos não encontrassem ouro algum.
Tentou-se, por isso, adotar o sistema de fintas, que consistia no pagamento, pela população minerados, de 30 arrobas anuais fixas, que, teoricamente, corresponderiam ao quinto. Mas quem não concordou dessa vez foi o rei, que obrigou à volta ao regime de capitação. Devido a novas revoltas, ele recuou e aceitou o sistema de fintas, cujo pagamento foi garantido pelas Câmaras Municipais locais. Esse sistema foi adotado em 1718.
O rei continuava insatisfeito. Secretamente fez os seus funcionários trabalharem para a instalação das Casas de Fundição nas Minas. Segundo esse novo regime, os mineradores se riam obrigados a enviar o ouro em pó para ser fundido e transformado em barras com o selo real nas Casas de Fundição, onde o ouro seria automaticamente quietado.
Em 1719, o governador de Minas, o conde de Assumar, anunciou a instalação, para o ano seguinte, das Casas de Fundição. A notícia deu origem a boatos, e os mineradores se revolta ram em vários lugares. O governo de Minas, entretanto, contava com uma tropa recém criada, os dragões, que foi imediatamente utilizada para sufocar as rebeliões. Em junho de 1720 eclodiu em Vila Rica um sério levante organizado por grandes mineradores, ao qual aderiram também os setores populares encabeçados por F’ Filipe dos Santos. No processo, o movimento se radicalizou e acabou sendo controlado por este último. Provavelmente por sua sugestão, os revoltosos chegaram a pensar em assassinar o governador e declarar a independência da capitania.
Dezesseis dias depois da eclosão da revolta, Assumar ocupou Vila Rica com 1500 soldados e pôs fim ao movimento. Filipe dos Santos foi sumariamente condenado e executado e o seu corpo esquartejado.
Cinco anos depois dessa revolta, finalmente entraram em funcionamento as Casas de Fundição (1725).
A Coroa e as autoridades coloniais achavam que o único modo de evitar o contrabando e a sonegação era retirar o máximo das minas. As sim, o desvio do ouro, se continuasse, seria menor. Por isso, dez anos depois, o rei ordenou o retorno ao sistema da capitação. Em 1751 a capitação foi novamente abolida para se adotar um sistema conjugado: Casas de Fundição e cobrança de cotas anuais fixadas em 100 arrobas (1500 kg). Além disso, ficou estabelecido que, se as cotas não fossem pagas, toda a população ficaria sujeita à derrama (cobrança forçada para completar as 100 arrobas). Esse recurso extremo e odiado pelos mineiros foi um dos fatores que levaram à Inconfidência Mineira em 1789.
Distrito Diamantino – A opressão colonial havia se intensificado consideravelmente na mineração do ouro. Mas foi na extração do diamante que se estabeleceu a forma mais extrema dessa opressão.
Os primeiros diamantes foram encontrados em 1729, e o regime de extração era semelhante ao do ouro até 1740. Dos diamantes extraí dos pagava-se o quinto. Em 1740 alterou-se o regime de sua exploração, mediante o regime de concessão e contrato, que consistia na concessão de exploração a um único contratador, ficando este obrigado à entrega de uma parte da produção diamantífera. O primeiro contratador foi João Fernandes de Oliveira, sucedido mais tarde por Felisberto Caldeira Brant. Esse sistema perdurou até 1771, quando então se estabeleceu o monopólio real, com a instalação da Real Extração.
No tempo de Pombal (1750 – 1777), a extração ficou limitada ao Distrito Diamantino, atual Diamantina, absolutamente isolado do resto da colônia. Sua administração era exercida pela Intendência dos Diamantes, cuja criação data de 1734. No distrito, o intendente possuía poder virtualmente absoluto, incluindo o direito de vida e morte sobre as pessoas de sua jurisdição. Ninguém podia entrar ou sair do distrito sem sua expressa autorização. A fim de evitar o contrabando, instalou-se um verdadeiro regime de terror, com estímulo à delação, o que favoreceu a criação de um clima de medo e total insegurança.
O declínio da mineração. A partir da segunda metade do século XVIII, a atividade mineradora começou a declinar, com a interrupção das descobertas e o gradativo esgotamento das minas em operação. O predomínio do ouro de aluvião, de fácil extração, não requeria uma tecnologia sofisticada. Porém, à medida que esses depósitos aluvionais se esgotavam, era necessário passar para a exploração das rochas matrizes (quartzo itabirito) extremamente duras e que demandavam uma tecnologia com maiores aperfeiçoamentos. Chegando nesse ponto, a mineração entrou em acentuada decadência.
A quase completa ignorância dos mineradores (o conhecimento que se tinha era fruto da experiência) e a utilização pouco freqüente de novas técnicas, por falta de interes se e de capital, selaram o destino das minas no Brasil. A atividade se manteve porque a área de exploração era grande e as explorações foram conquistando essa região até que ela se exaurisse completamente nos inícios do século XIX. À Coroa só interessava o quinto. Assim, a partir de 1824, já na época do Brasil independente, concedeu-se o direito de prospecção a estrangeiros, que recomeçaram a explorar com melhores recursos técnicos e mão-de-obra barata.
A Economia nos Fins do Século XVIII
O “Renascimento Agrícola” – A partir da decadência da mineração na segunda meta de do século XVIII, a agricultura exportadora voltou a ocupar posição de destaque na economia colonial. Esse fenômeno foi chamado, pelo historiador Caio Prado Jr., de “renascimento da agricultura”. Mas não foi apenas o esgotamento das jazidas que explica esse renascimento. Outros fatores devem ser destacados.
O esgotamento do ouro ocorre no contexto da crise do Antigo Regime, motivada pelas pro­fundas transformações na Europa. O renas cimento agrícola esteve ligado, de um lado, ao incremento demográfico do século XVIII e, de outro, à grande alteração da ordem econômica inglesa em meados do século, com a Revolução Industrial.
Com isso, criou-se na Europa uma demanda intensa de produtos agrícolas para alimentar a população em crescimento. Por outro lado, a Revolução Industrial, que se iniciou no setor têxtil do algodão, ampliou consideravelmente a demanda por essa matéria-prima. O fornece dor tradicional do algodão era a Índia, agora incapaz de suprir satisfatoriamente a. crescente demanda. No século XVIII, as colônias sulistas dos atuais EUA, importantes fornecedoras do algodão, paralisaram suas remessas em virtude de seu rompimento com a Inglaterra e do início da Guerra de Independência (1776 – 1781). As pressões das circunstâncias levaram a Inglaterra a se voltar para outros mercados, favorecendo então o Brasil, que intensificou a produção algodoeira.
A produção açucareira retomou, por seu turno, um ritmo acelerado de expansão, também na segunda metade do século XVIII, em virtude da Revolução Francesa (1789 – 1799), que estimulou as rebeliões coloniais antilha nas de dominação francesa, desorganizando a produção açucareira e favorecendo a exportação brasileira. Importantes centros de produção açucareira como o Haiti (colônia francesa) conheceram uma agitação sem precedentes. Em razão disso, os engenhos do Brasil foram reativados, beneficiando-se da nova conjuntura. Por fim, a neutralidade portuguesa diante dos conflitos europeus, desencadeados com a Revolução Francesa, criou condições para o incremento de seu comércio colonial.
Todos esses acontecimentos contribuíram para alterar a fisionomia geoagrícola do Brasil. De fato, a nova conjuntura estimulou a diversificação da produção. A produção do algo dão teve como centro o Maranhão. Outras regiões também se dedicaram ao seu cultivo, embora em menor escala, como o extremo norte do Pará, Ceará, região do agreste nordestino, Minas e Goiás. No caso do açúcar, além dos centros tradicionais nordestinos, novas áreas foram ativadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em São Paulo o quadrilátero do açúcar formado pelas cidades de Mogi-Guaçu, Sorocaba, Piracicaba e Jundiaí iria preparar, no século XIX, o ingresso da cultura cafeeira. Desenvolveu-se também o plantio do arroz no Maranhão e no Rio de janeiro, e de anil ou índigo em Cabo Frio.
Nesse quadro de diversificação, a pecuária sulina teve um papel importante na definição de fronteiras no Prata. Essa atividade teve a sua origem na destruição das missões jesuíticas pelos bandeirantes paulistas. O gado criado pelos jesuítas se dispersou pelos campos do sul e encontrou condições favoráveis para a sua multiplicação. As primeiras atividades pecuárias no sul limitavam-se ao apresamento do gado solto para dele extrair o couro, que era exportado (a carne não era consumida). Posteriormente, com a mineração, a capitania de São Pedro (atual Rio Grande do Sul) ganhou vitalidade com a exportação do gado, conforme já vimos. Com o declínio da mineração, a região se integrou definitivamente ao resto da colônia com a produção do charque (carne seca), que será exportado para os centros urbanos e toda a região litorânea do Rio à Bahia. Com as charqueadas consolidou-se o domínio português na região platina.